- Área: 15000 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Nelson Garrido
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Fabricantes: Lamp Lighting
Descrição enviada pela equipe de projeto. Na maioria dos casos, edifícios hospitalares são percebidos como lugares com conotações negativas e, ainda mais, se nos referimos a centros de reabilitação onde os pacientes passam longos períodos. Desta forma, nosso objetivo, na hora de desenhar o Hospital Cardiológico Hisham A. Alsager, era alterar esta percepção e conseguir idealizar um espaço positivo que pudesse atuar como fomentador de atividade social, mais do que um centro puramente hospitalar.
Neste sentido, o primeiro elemento a considerar foi o exterior do edifício (incluso sua materialidade e volumetria) já que cria a primeira conexão entre o paciente, o hospital e seu entorno. Em vez de tratar a volumetria como uma construção hospitalar (volumes contidos meramente funcionais) AGi architects propõe um tratamento mais próximo a denotações sócio-culturais, gerando um corpo arredondado de pedra, marcado por duas grandes aberturas vermelhas na fachada, que convidam a acessar o interior do nosso edifício/organismo e insinuam o que o usuário irá encontrar ao adentrar no espaço. Esta pele de pedra proporciona também, a proteção necessária para enfrentar as duras condições climatológicas do país, garantindo níveis altos de sustentabilidade e baixos custos de manutenção.
O esquema anatômico do coração e seu funcionamento no conjunto do corpo humano foi o tema utilizado para o desenho do projeto. O coração é a cavidade central do sistema, um grande 'átrio' que bombeia o sangue, nutrindo os outros órgãos e as células que os compõem. Desta forma, nosso coração está presente no desenho do grande átrio central de pé-direito triplo onde estão os espaços de espera e circulação; um espaço vermelho, amplamente iluminado com luz natural através dos diferentes pátios, que possibilita uma experiência hospitalar diferenciada, em contraste com os espaços de escala menor que usualmente constituem os edifícios desta índole. A circulação de pacientes é produzida através de espaço (fonte de luz e vida), como a circulação dos glóbulos vermelhos no sangue, e são recebidos nas consultas em diferentes departamentos para que sejam devolvidos ao sistema circulatório 'reoxigenados'. A medicina cardíaca, seus fundamentos e, inclusive, a estética das suas ferramentas de trabalho serve para construir um discurso arquitetônico sobre o que propor a um edifício hospitalar com uma clara vocação experiencial, que leva em conta especialmente a situação específica do tipo de usuário: pacientes e funcionários, tratando de facilitar ao máximo sua estadia no centro.
As consultas, agrupadas em três níveis no volume sul do edifício, estão planejadas como pequenas células especializadas de gestão própria (gestionadas por um único médico e sua equipe), estando constituídas por duas áreas de exploração, uma sala de consultas e uma área de espera própria. Cada célula é organizada ao redor de um pequeno pátio que dota de iluminação e ventilação natural, ao mesmo tempo em que permite máxima privacidade, a cada uma das áreas. Pacientes e trabalhadores acessam as clínicas por áreas diferentes para uma maior eficiência nas circulações.
Os serviços especializados de reabilitação (como a piscina, a academia e a pista de corrida), de pesquisa e de administração do centro, encontram-se estrategicamente situados na zona norte do complexo, o que nos permite abri-los para o exterior e proporcionar vistas diretas à baía de Kuwait assim como estabelecer ótimas condições de iluminação. Dentro deste grupo, os espaços principais de atividade física, se desenvolvem em pé-direto duplo, a fim de exteriorizá-los na fachada e 'oxigenar' ao máximo a experiência.